30/04/2022 - Beatersweet Project
São notórias as fontes de inspiração dos Beatles no início da carreira – os grupos vocais da Motown e o rock’n’roll – assim como são célebres, a partir do LP Rubber Soul, de 1965, as influências oriental e psicodélica e o impacto decisivo da genial produção dos cabeludos de Liverpool na quase totalidade dos artistas populares a partir do seu sucesso global. O tom confessional das letras de composições como In My Life, do LP citado, inaugura também uma tendência autobiográfica – e, quase por extensão, agridoce – já anunciada em obras anteriores como You’ve Got to Hide Your Love Away e Help, do disco homônimo, e mesmo faixas lançadas anteriormente como No Reply e I’m a Loser, do Beatles for Sale. O Beatersweet Project explora a intensa reverberação dessa tendência nos compositores populares de grande sucesso a partir de então, como Paul Simon, Joni Mitchell, Cat Stevens, Crosby, Stills & Nash, Carole King e James Taylor, esse último retratado pela revista Time numa célebre reportagem de capa em 1971 sob o título The New Rock: Bittersweet and Low. Indo além, o projeto identifica e transita na evidente – ainda que pouco visitada – via de mão dupla que se estabelece entre John, Paul e George e os artistas por eles influenciados, utilizando tanto mashups inéditos quanto interseções históricas como a de Something e Something In The Way She Moves, de James Taylor, compostas quase em parceria. Como bônus, o roteiro se permite ainda explorar influências dos demais compositores homenageados entre si, assim como ecos subsequentes – e mesmo atuais – da tendência bittersweet presente na virada dos anos 60 e 70, incluindo John Mayer e representantes brasileiros como Belchior, Aggeu Marques, Secos & Molhados, Milton Nascimento e Lô Borges.
(venda antecipada de quinta a domingo das 14h as 17h no local em dinheiro)
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